Fui ver a exposição de Tony Cragg, recém-aberta em Sampa. Se não me engano, é a terceira individual dele por aqui, sempre no mesmo local [galeria Thomas Cohn]. Eis que chego -sabiamente- atrasado ao vernissage, num sábado à tarde, e a galeria está às moscas. Após uma breve [e vã] reflexão sobre o porquê do descaso da "classe" para com o privilégio de ver a obra de um dos 5 maiores artistas vivos, na modesta opinião deste escriba, dividido entre a indignação e o alívio [pela possibilidade de uma contemplação digna das obras], pus-me a circular pela mostra. Estranhei a ausência de uma peça que me pareceu fascinante [uma verde-jade, meio "alienígena"], das que constavam no catálogo ["não pôde vir"], mas pouco importa - o cara continua mandando muito bem.
A imponência de uma tradição escultórica latente é amortecida por uma sedutora via algo subversiva, manifesta tanto no emprego/combinação surpreendente de procedimentos e materiais como no humor discreto que resulta e se pode entrever aqui e ali. As duas tônicas se imiscuem e alternam num rito perversamente envolvente, que joga com a ambigüidade que as peças transmitem. E mais não falo, preferindo recomendar a experiência in loco.
Fotos Guy A.
Fotos Guy A.
3 comentários:
Tony Cragg é o cara.
que tipo mais cosmopolita, passeando de impermeável pela exposição,boné pra trás...so cute.
e de ...papete?
Postar um comentário